segunda-feira, 25 de julho de 2011

Parada Gay, mesmo desfalcada, reúne milhares de pessoas em São Gonçalo


Aloisio Reis - um dos organizadores da Parada Gay 2011 (Grupo Atitude)

Mesmo com apenas um trio elétrico, a primeira Parada Gay do ano, em São Gonçalo – a segunda acontecerá no dia 14 de agosto –, conseguiu reunir ontem (24/07) um público de aproximadamente 10 mil pessoas entre o trajeto da Praça Zé Garoto e o Clube Mauá.
Mas intrigado com a desorganização do evento – o que cobri no ano passado havia cinco trios elétricos, presença de personalidades políticas e uma multidão de mais de 50 mil pessoas – fui atrás de respostas para saber o porquê de haver na cidade duas paradas gays no mesmo ano.
Circulando entre as pessoas, deparei-me com o jornalista Well Castilhos, do Grupo Liberdade, e organizador da próxima parada. Ele estava panfletando o seu evento.
“Pensamos diferente. Assim como acontece em todos os lugares, também nos divergimos. É normal isso.”, respondeu-me, ao perguntar-lhe por que a parada é dividida em São Gonçalo.
Questionei se isso não enfraquece o movimento gay na cidade. Ele afirmou que não.
“Pelo contrário, a divisão acaba gerando um fato inusitado, pois São Gonçalo é a única cidade do Brasil que tem duas paradas gays”, declarou indiferente com a situação.
Fazendo as mesmas perguntas para o Aloísio Reis, do Grupo Atitude, e um dos organizadores da parada de ontem, respondeu-me:
“Nós nos divergimos em quase tudo com o outro grupo. Confesso que somos bem radicais. Denunciamos tudo. Não escondemos nada. Enquanto nós somos práticos, eles são teóricos.”, revelou.
Quanto a questão do enfraquecimento do movimento gay na cidade com a divisão, Reis comentou que o superintendente da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos do Estado do Rio de Janeiro, Claudio Nascimento, quer unir as duas paradas no ano que vem.
E a respeito de ter havido apenas um trio elétrico para animar o público, explicou que a passeata contaria com mais dois carros de som. Segundo ele, os carros tiveram problemas, por isso a festa ficou desfalcada de trios.
Respeito a opinião dos dois organizadores, mas sinceramente essa divisão não tem nada a ver. O movimento e a Parada ganhariam muito mais se os dois grupos fossem unidos. Teriam mais força e visibilidade. Essa separação só serve para engrossar a coleção daquela famosa frase: “Essas coisas só acontecem em São Gonçalo...”.
E, totalmente a par das divergências entre os organizadores das paradas gonçalenses, o público ontem só queria saber de se divertir. Fiquei impressionado com a quantidade de crianças e idosos se divertindo no evento. A impressão que se tinha, em determinados pontos, é que havia mais heterossexuais que homossexuais na festa dos gays.
Agora, confira nos slides abaixo alguns momentos da primeira Parada Gay do ano.


4 comentários:

  1. Vagner você mereceria ganhar o título de cidadão gonçalense. o seu blog é 10000000000!!!!!Você dá destaque a todos os fatos da cidade. Conseguiu despertar em mim o orgulho pela minha cidade.
    Parabéns!!!!!!
    Milhõe de beijos pra vc!!!!
    Sua nova fã, Marília

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  2. Mais carnaval do que manifestação de protesto por direitos...

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  3. Essas coisas só acontecem mesmo em São Gonçalo! Bobeira esse negócio de duas paradas gays na cidade. Embora eu ache que passeata gay não influencie em resultados práticos politicamente, mas acho interessente como festa democrática do povo, sou a favor que se faça então uma só em São Gonçalo: bem bonita, organizada e grandiosa para que dêem bastante destaque a nossa querida cidade.
    Saulo

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  4. Qual seria então a divergência e a diferença entre os "ditos" grupos? Aqui pra nós, nem grupos são. São indivíduos querendo aparecer em nome de um movimento LGBT que nem existe na cidade. São personalismos individuais se fazendo de coletivo. Mas não é só São Gonçalo que é a única cidade brasileira que tem duas Paradas, existem outras, aliás, em matéria de estrelismos em nome dos LGBTs não é só esta cidade que paga mico e pior, com financiamento do governo do estado, pois nem ONGs elas são, não tem sede, não tem equipe, não tem nada, só querem aparecer. Veja a cidade de Niterói, os grupos existem e se organizam em torno de uma só Parada. Tem tanta coisa pra fazer em matéria de lutas mas as ditas lideranças só aparecem para o carnaval, se isso fosse lutar por cidadania. Enfim.

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