quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Deputado Neilton Mulim destina R$ 1 milhão para a cultura de São Gonçalo e a classe artística deveria se unir em prol de uma causa maior na área



O deputado federal Neilton Mulim (PR) indicou mais de R$ 6 milhões em emendas para melhorias em São Gonçalo.

Além das áreas de saúde e educação, destinou R$ 1 milhão para a Cultura e R$ 400 mil para contribuir na restauração da Fazenda Engenho Novo.

Mulim é a favor que se invista na cultura:

– Nosso povo precisa aumentar sua autoestima, e para isso, é importante mostrarmos o valor da nossa cultura, através dos nossos artistas, e através do nosso patrimônio histórico. Precisamos enaltecer a história e a arte do nosso município – enfatiza o deputado.

Queridos leitores, a Cultura é uma das áreas mais desprestigiadas em São Gonçalo. Ouvem-se muitas reclamações dos artistas. Há projetos culturais bacanas acontecendo na cidade, porém não recebem atenção e um centavo sequer da Prefeitura.

Fora essa questão, há também a falta de respeito e preservação do patrimônio histórico – vide o descaso com a centenária casa de Umbanda que foi demolida no ano passado em Neves.

E quase que acontece outro desrespeito cultural: a mudança do nome da Praça Chico Mendes para Praça da Bíblia.

Mas vamos ao que interessa agora...

Antes que digam que estou por fora do que anda acontecendo na cultura gonçalense, informo que eu não frequento o meio cultural da cidade como gostaria – tenho outras atividades que infelizmente me impedem de visitar, assistir espetáculos e curtir outros eventos culturais em São Gonçalo –, porém, defendo com unhas e dentes mais atenção para essa área em nosso município.

A cidade que não valoriza a sua cultura está contribuindo para a promoção da ignorância de seus cidadãos. Para mim, isso é inaceitável!

Pois bem. Como já disse, eu não circulo pelo meio artístico gonçalense, portanto não sei quais são as reais necessidades dos projetos dos artistas. Acho que eles devam, sim, defender os interesses de seus espetáculos. Afinal de contas, só eles podem falar por si próprios e pelos seus trabalhos.

Mas eu quero chamar atenção para um outro fato: para o engrandecimento da cultura gonçalense. A classe artística (atores, pintores, músicos, escritores...) precisa se unir para lutar em prol de uma causa maior. Se isso não acontecer, infelizmente a cultura aqui será sempre considerada coisa de amador.

O pessoal deveria se unir, dialogar e chegar a um ponto comum do que é mais importante neste momento para elevar a cultura em nossa cidade. São Gonçalo está precisando urgentemente de uma referência maior de cultura!

Eu, por exemplo, acho um absurdo uma cidade com mais de 1 milhão de habitantes não ter um Teatro Municipal decente. 

O Teatro Carequinha, escondido dentro de uma escola (Colégio Ernani Faria, em Neves) e sem letreiro algum na parte exterior, demonstra como é pequeno o pensamento cultural em São Gonçalo.

Outra questão é a falta de um Museu Histórico de São Gonçalo. Com a riqueza de fatos históricos que o nosso município tem é inadmissível que não haja um espaço para reunir o seu rico acervo.

O pessoal da cultura poderia reivindicar a construção de um Centro Cultural São Gonçalo. No local reuniria um teatro, salas para exposição, uma sala de cinema, um espaço para reunir o acervo histórico e cultural do município, salas para oficinas de arte, praça da alimentação...

É óbvio que R$ 1 milhão de reais não dá nem para levantar o alicerce desse Centro Cultural. Foi só um exemplo que eu dei para começar discurso em prol de uma causa maior, entendeu?

Acho que esse R$ 1 milhão poderia ser usado para incentivos nos projetos que já existem. Mas esse assunto já é com vocês do meio cultural...

O que eu peço é que não se esqueçam de defender um projeto coletivo e grandioso para enaltecer a cultura de São Gonçalo. Por favor, anotem isso na agenda de vocês. Essa cidade precisa ser engradecida culturalmente.

E viva São Gonçalo!!!

5 comentários:

  1. oi Vagner.
    Parabéns por sua coluna e disposição.

    Contudo, algumas ressalvas para esclarecimento dos leitores (que são muitos, graças a Deus):

    1 - quanto ao "descaso com a Casa da Umbanda" é de se notar que, fora você e eu, ninguém de São Gonçalo sequer citou o local como o início daquela religião. E - pasmem! - nem mesmo os umbandistas. Tanto o TG quanto a SAL (Sociedade de Artes e Letras) ao que parece foram os únicos a moverem algo sobre o assunto. E eu próprio questionei o assunto várias vezes no Conselho Municipal de Cultura da cidade;

    2 - quanto a "classe artística precisa se unir para lutar em prol de uma causa maior" concordo plenamente e vimos isso claramente nos 5 anos da SAL: poucos querem se reunir em uma associação para o bem da Cultura ou ao menos conversar em conjunto;

    3 - quanto a "falta de um Museu Histórico de São Gonçalo", isso depende. Se for relativo à História da Cidade, concordo. Deve haver algo mais do que o Acervo do MeMor (um projeto restrito ao ICBEU e de difícil acesso) e o Acervo da SAL (disponível on-line, ainda que pequeno). Mas há pouca atividade em nosso "único Museu": a Praça do Ex-Combatente, com peças originais da 2ª Guerra e esquecidas pelo Povo. Isso não é relatado nem pelo pessoal da Cultura como alternativa ao Museu Histórico Municipal.

    4 - O Centro Cultural de São Gonçalo existe: é o popular "Lavourão", Centro Cultural Prefeito Joaquim Lavoura, na Estrela do Norte. Ocorre que a Secretaria de Educação "tomou conta" do espaço e a Secretaria de Cultura tem menos que metade de um andar. O Conselho Municipal de Cultura luta para organizar sua sala no local. O prédio tem toda a infraestrutura para a Cultura, apenas precisa ser dedicado exclusivamente a ela.

    Um grande abraço e parabéns pelo seu trabalho!

    Viva São Gonçalo!

    Alexandre Martins
    Vice-presidente do Conselho Municipal de Cultura de São Gonçalo
    presidente da Sociedade de Artes e Letras de SG.

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  2. Será um sonho um Teatro Municipal em São Gonçalo? Ou uma Biblioteca Pública (moderna e acessível)? Quanto ao que li aqui sobre ninguém quer se unir, pode ser que as pessoas procuradas sejam as pessoas erradas. Parabéns, Vagner! Sua iniciativa é admirável.

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  3. Prezado Alexandre Martins

    É um honra tê-lo comentando esta matéria!

    Você como um homem da cultura de São Gonçalo conhece melhor do que ninguém a real situação dessa área em nossa cidade.

    Eu, como cidadão gonçalense e desejoso de ver uma São Gonçalo moderna, não posso deixar chamar atençao para uma área que, para mim, é fundamental para elevar a imagem de uma cidade.

    Mas eu não julgo só a Prefeitura pela falta de atenção com a cultura, não. Como disse e você também concordou comigo, a classe artística precisa se unir para promover um debate em prol de uma causa maior para a cultura gonçalense.

    Enquanto o pessoal não se organizar, infelizmente a nossa cultura será sempre vista como amadora.

    Eu sei que você tem se esforçado para promover esse debate, mas como diz o velho ditado "Uma andorinha só não faz verão".

    Vamos torcer para que essa realidade mude. Eu procuro fazer a minha parte através do Território Gonçalense e felizmente vejo que as coisas começam a mudar, pelo menos, algumas pessoas estão debatendo o assunto.

    Prezado Alexandre, muito obrigado pela sua participação aqui. Você contribui muito esclarecendo alguns pontos centrais.

    Grande abraço!

    Vagner Rosa

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  4. Obrigado, Renata!

    Eu procuro fazer a minha parte. Meu desejo é ver essa cidade se destacando em todas as áreas.

    Mas sabemos que a cultura tem uma função importantíssima na elevação da alma humana.

    Fora que deixa a cidade mais elegante e culta!

    Obrigado pela sua participação no blog!

    Abraço!

    Vagner Rosa

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  5. Olá Vagner. Quando se tenta frontalmente tomar uma posição sobre a lastimável situação cultural de São Gonçalo (ou em qualquer outro assunto), é preciso ter coragem do começo ao fim. Não dá para recuar e ficar nesta forçosa e estratégica troca de elogios só porque alguém resolveu nos contestar. O Alexandre Martins nem de longe é uma andorinha tentando fazer verão. Antes, ele é o Alexandre Martins membro de um lastimável Conselho de Cultura do nosso Município que apoia ( e no caso dele, defende) a permanência, no setor de Artes Plásticas Da Secretaria de Cultura e da FASG, de duas pessoas completamente despreparadas para seus respectivos cargos, uma na Superintendência e a outra como diretora e Curadora da Casa das Artes. Essa, aliás, vem assinando as curadorias sem nenhuma formação ou experiência real no assunto, envergonhando a cidade em matérias que ela manda para jornais e sites com sua total falta de conhecimento básico sobre a área.

    Como que uma pessoa que não se posiciona para resolver uma grave mazela dentro de sua própria casa, pode querer parecer com tanta autoridade assim para criticar o que quer que seja? Aceitando este tipo de discurso, você não ajuda em nada. Não caia nessa.

    Se quer realmente pensar em um projeto maior de cultura e arte para cidade, precisa saber quem é quem. Esse discurso do poder vem acabando com nossa cidade há muito tempo. Esteja certo de que sei exatamente o que digo.

    Você disse que não conhece a vida cultural de São Gonçalo. Não conhece porque não existe. E este papo de que existem muitos bons projetos aqui na cidade, também não é verdade; existem alguns poucos, aliás, bem poucos. Sejamos verdadeiros. Aquilo a que você chama de classe artística de São Gonçalo é altamente despreparada e fechada em seus medos e ignorância.

    Mário Candido
    Bacharelado em Pintura pela UFRJ
    Arte Educador pela UFRJ
    Artista Plástico e Curador
    Diretor do Grupo CÁFARO artes visuais

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