segunda-feira, 13 de abril de 2015

Policia faz operação para desarticular quadrilha que desviou cerca de R$ 5,2 milhões da merenda escolar em São Gonçalo

Agentes carregam material apreendido durante ação numa das creches - Foto: Thiago Lontra /Agência O Globo

Por Vera Araújo, O Globo

A Polícia Civil fez uma operação, na manhã desta segunda-feira, para desarticular uma quadrilha suspeita de desviar recursos públicos destinadas à alimentação de crianças matriculadas em oito creches conveniadas com a prefeitura de São Gonçalo. De acordo com as investigações da Delegacia Fazendária (Delfaz), cerca de R$ 5,2 milhões foram desviados do município e mais de 700 crianças foram prejudicadas.

Numa unidade localizada no interior da Favela do Salgueiro, houve buscas, e uma funcionária foi levada para a delegacia. Segundo a polícia, as creches recebiam verbas para a compra de alimentos, mas usavam notas fiscais de empresas que existiam apenas para a Receita Federal, ou seja, no papel. Elas não funcionavam nos endereços fornecidos.

A Delfaz obteve algumas notas fiscais que indicam que, pelo menos, R$ 87 mil foram desviados no ano passado das creches. Segundo a delegada responsável pela operação, Tatiana Queiroz, a Justiça concedeu 23 mandados de busca e apreensão e 16 de condução coercitiva para a ação batizada de Operação Prandium:

— A Delfaz fez o caminho inverso do andamento da maioria das investigações, o trabalho de monitoramento das empresas e seus sócios e, com o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, restou o uso de testas de ferro e de laranjas na administração dos fornecedores de merenda e material escolar para as oito estabelecimentos escolares beneficiados com dinheiro público.

De acordo com o esquema, a empresa funcionava em endereços onde ficam casas e até terrenos baldios. Os investigadores checaram cada local e descobriram que, mesmo nas residências, nunca funcionou qualquer empresa. A delegada não descarta a possibilidade da participação de funcionários da Secretaria Municipal de Educação, responsável pelos convênios. Segundo ela, há indícios de que os responsáveis pelas creches e os donos das empresas fantasmas tenham praticado crimes como fraude à licitação, falsidade ideológica, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

As creches investigadas são: Associação Assistencial Educacional Macadeski, Creche Comunitária Yaveh Shaman, Instituto Raiz do Futuro, Instituto Social Sonia Gouveia Faria, Obra Social Bem Viver, Obra Social do Bairro das Palmeiras, Obra Social Tia Lili Educandário e Obra Social Colubandê Primeiro Amor. Já as empresas são: Luke Comércio e Serviços Ltda ME, Vavathay - Vanessa da Silva Maia Comércio de Gêneros Alimentícios, LCA São Gonçalo Comércio e Representação Ltda, João Ricardo Torres ME, Selmarki Rod SG Comercial e Distribuição Ltda, TJL Distribuidora Ltda.

Assista também a matéria do RJTV 1ª Edição sobre o assunto aqui.






Fotos: Thiago Lontra / Agência O Globo

Um comentário:

  1. Realmente não entendo como existem pessoas que conseguem colocar a cabeça no travesseiro e dormir tranquilamente, desviando verba para saúde, para alimentação infantil e tantos outros crimes!!!
    As pessoas perderam a noção do que é certo e errado roubar, matar, agredir, etc... está tudo virado futilidade e algo comum em nosso cotidiano.
    A mudança que precisamos é profunda não adianta apenas mudar o governo, mas principal nossa cultura e valores para aí sim podermos sonhar um dia com um Brasil melhor!!!

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