Preocupado com a rejeição ao seu nome para a Prefeitura, vereador Marlos Costa dá adeus ao PT

Seguindo o exemplo de outros petistas, o vereador Marlos Costa é o mais novo dissidente do PT. O parlamentar gonçalense oficializou ontem (14) o seu desligamento da legenda através de uma carta publicada no Facebook. Marlos não diz nada a respeito, mas é fato que sua saída está relacionada também a sua candidatura à Prefeitura de São Gonçalo, no ano que vem. O pré-candidato estaria preocupado com a rejeição ao seu nome nas urnas por causa da péssima reputação do Partido dos Trabalhadores, que se encontra atualmente mergulhado num mar de corrupção.

Sem informar ainda qual partido irá se filiar, o vereador relatou em sua carta os motivos de seu desligamento do PT. Confira abaixo:

Na data de hoje, formalizo minha decisão de me desfiliar do partido dos trabalhadores.

Há muito tempo, o PT transformou em letra morta as palavras de seu manifesto de fundação onde se defendia: "um partido amplo e aberto a todos aqueles comprometidos com a causa dos trabalhadores e com o seu programa". A triste realidade é que o governo federal executa de maneira equivocada uma política econômica que leva o país ao desemprego, à recessão e a perda do poder aquisitivo.

Infelizmente, o PT perdeu o rumo e abandonou o diálogo com a sociedade civil. Se transformou em um partido onde seus processos de decisão interna como o famigerado “ PED”, e as prévias para escolha de candidatos majoritários são marcados pela influência do poder econômico; onde as bandeiras da ética, da transparência, da impessoalidade e da moralidade pública foram deixadas de lado por um pragmatismo eleitoral arrogante que ocasionou reiterados escândalos de corrupção como o da Petrobras, que envergonham o país e principalmente a todos os que um dia acreditaram no PT como um instrumento de mudanças.

Exerço mandato de vereador em São Gonçalo e nunca o partido acompanhou, ajudou ou apoiou as nossas lutas em defesa da população gonçalense na Câmara ao longo desses quase 7 anos; pelo contrário, o partido sempre demonstrou no plano municipal não ter nenhum interesse em formular um projeto ou ser uma alternativa política para o município; pessoalmente, várias vezes fui hostilizado internamente no PT, quando adotei no exercício do mandato posições em defesa da probidade administrativa, da ética, da vida e da dignidade da pessoa humana, contrariando interesses de alguns dirigentes do próprio partido.

Fui eleito democraticamente e devo fidelidade à população do meu município. Ninguém pode ser prisioneiro de um partido, principalmente se este abandonou seu programa, sua história e seu compromisso com os mais humildes. Seguirei o meu caminho acreditando que a defesa da ética e da transparência na política, devem sempre prevalecer e convencido mais ainda da minha responsabilidade em estar ao lado do povo gonçalense na construção de uma cidade mais humana e próspera.

São Gonçalo, 14 de setembro de 2015.

Marlos Costa

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