quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

ÁUDIO CONTRA BOLSONARO É REMOVIDO DA OBRA DE EXPOSIÇÃO DO GONÇALENSE RODRIGO SANTOS

Rodrigo Santos e a instalação "A voz do ralo é a voz de Deus" inspirada no conto "Baratária" do conhecido poeta gonçalense - Fotos: Divulgação

Escritor, poeta e um dos idealizadores do extinto evento de poesias "Uma Noite na Taverna", o gonçalense Rodrigo Santos está entre os 10 participantes que têm suas obras expostas na mostra "Literatura Exposta", que estreou ontem (04/12) e vai até o dia 14 de janeiro, na Casa França-Brasil, no Rio. 

A mostra é uma criação da NBS, que transforma contos e poemas de autores da periferia carioca em artes visuais. 

Inspirada no conto "Baratária", de Rodrigo Santos, que fala de uma mulher torturada com baratas introduzidas em sua vagina, o coletivo És uma Maluca criou a instalação "A voz do ralo é a voz de Deus", composta de 6 mil baratas de plástico em volta da tampa de um bueiro, do qual saem trechos de discursos do presidente eleito Jair Bolsonaro. 

No entanto, para evitar mal-estar com Bolsonaro, o diretor da Casa França-Brasil, Jesus Chediak, e o secretário estadual de Cultura, Leandro Monteiro, decidiram proibir o áudio da tal instalação com a voz do novo presidente do Brasil, eleito em outubro deste ano.

"Não nos interessa, no momento, envolver um presidente eleito, que ainda nem tomou posse. O artista é dono de sua obra, mas nós temos responsabilidade pelo espaço, que é público. Isso eu não vou permitir. O presidente foi eleito pela maioria dos brasileiros e merece respeito", afirma Chediak.

Chediak diz, ainda, que se considera traído pela curadoria da mostra, pois não foi informado previamente sobre o conteúdo da instalação:

"Já é suspeito o fato de todas as obras estarem aqui para a inauguração da exposição, menos esta"

Leandro Monteiro defendeu a decisão de impedir que o áudio com trechos de discursos de Bolsonaro fosse utilizado:

"Não considero censura. Eu só tenho que preservar a imagem de um presidente eleito. Não vou permitir que isso aconteça em um equipamento público do Estado".

Em sua página no Facebook, o coletivo És uma Maluca classificou de censura a decisão de remover o áudio da obra inspirada no conto de Rodrigo Santos:

"O coletivo És Uma Maluca lamenta a censura e proibição de uma parte da instalação “A Voz do Ralo É a Voz de Deus”, por conter um áudio com declarações públicas e notórias do senhor presidente  eleito Jair Bolsonaro, na exposição coletiva "Literatura Exposta", na Casa França-Brasil. O áudio foi substituído por uma receita de bolo.

O trabalho foi desenvolvido após meses de pesquisa e imersão no conto “Baratária”, do escritor Rodrigo Santos. O texto aborda a história de uma mulher que foi torturada durante a ditadura militar, nos anos 60, com baratas introduzidas em sua vagina.

A instalação consiste em um bueiro rodeado por 6 mil baratas com um pequeno aparelho sonoro no interior no qual seria reproduzido literalmente, sem qualquer mecanismo de edição ou manipulação, áudios publicamente conhecidos e amplamente veiculados em sites de streaming, redes sociais, entre outros meios. Os áudios são falas do próprio ex-capitão da reserva, como aqueles nos quais o mesmo enaltece o Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, que chefiou o DOI-CODI, um dos órgãos de repressão política na ditadura.

Acreditamos que as manifestações artísticas são espaços de reflexão, elaboração de possibilidades e exploração de diversidades nas formas de pensar, sentir e estar no mundo. Em uma sociedade livre e democrática defendemos que este direito é irrevogável.

Agradecemos à organização da mostra e ao curador Álvaro Figueiredo pelo incansável  apoio em defesa da liberdade artística de todos os artistas convidados para integrar a exposição, da qual nos orgulhamos de participar.

O És Uma Maluca é um coletivo aberto, fluido, não-identitário, voltado para a reflexão e experimentações poéticas. Suas proposições estão em permanente processo de construção, são não-autorais, e abertas à colaboração coletiva de qualquer pessoa, que pode somar com ideias e desdobramentos.

Continuaremos lutando pela arte enquanto espaço de reflexão e livre expressão. E é exatamente por atuar no campo dos poderes simbólicos que acreditamos na sua potência transformadora."

Rodrigo Santos também comentou sobre a retirada do áudio e elogiou o coletivo pela substituição com a receita de bolo:

"Meu conto fala sobre a ditadura. Achei um absurdo a censura que o coletivo sofreu, mas foi uma sacada muito boa usar a receita. Achei genial. A criação tem de ser livre, transgressora. Qualquer tipo de censura é hediondo", disse Santos, que esteve na abertura da exposição.

A meu ver, o diretor da Casa França-Brasil e o secretário de cultura estão cobertos de razão. Realmente não tem nada a ver detratar um presidente eleito que nem tomou posse, e ainda por cima em um espaço público cultural do Estado. Faltou bom senso ao coletivo És uma Maluca. 

Eu não sou contra as manifestações artísticas de cunho político. Mas, de fato, o lugar não era apropriado para isso. Quer fazer oposição ao presidente Bolsonaro? Então, escolha um outro espaço que não seja equipamento público do Estado. 

E cá pra nós, é muita falta de inteligência querer insistir na crítica com temática da ditadura contra o presidente eleito. Se nem na campanha eleitoral, esse discurso colou, não vai ser agora que vão conseguir desgastar a imagem de Bolsonaro junto ao público com fatos do passado, após ele ter sido eleito com mais de 57 milhões de votos. 

Gente mais sem noção essa, não é mesmo?

Fonte: O Globo

2 comentários:

  1. Boa noite senhor Rodrigo,em 1975 voçe tinha mais ou menos uns 17 anos,o que voçe sabe bem desta epoca,sim quaze nada nao e,mais foi um a epoca muito bonita ate nos chagarmos a esta de-cracia de merda,todos que estava no exilio voltaram e ai se deu isto que nos estamos vivendo,nao nao e culpa dos militares nao mais foi daqueles que estava no exilio,e muitos foram embora por conta propria,e depois venderam peixe podre pra voçe e outros,e agora estamos diante de um presidente militar,eleito pelo povo que quer mudanças,nao e mais aqueles governos que dava gargo nos ministerios em troca dos seus intereçer,o Basil e muito rico,e o seu povo deve acordar para um Brasil novo,tenho esperança no novo presidente,hoje mesmo um Brasileiro fez uma critica ao ministro do Supremo,foi uma espressao dele e entao o senhor ministro mandou prender o cidadao,o senhor ministro sentiu vergonha o que dize o cidadao,mais o senhor ministro nao sentiu vergonha guando concordou em aumentar o salario em 16 por centos,eu lhe pergunto o senhor minitro estava naquela hora em exercisio das suas funçoes,ou era apenas um cidadao comum,

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  2. E por isto que quando estiver para morre , eu quero fazer um pedido ao senhor Vagner por favor chame dois ex Presidente o lula e a dilma eu quero fazer o que Jesus fez, morre ao lado de dois LADROES,bem aque tem muito mais que estes dois,pois todos os dias tem politicos preso nao EEEEEEEEEEEEEEEE,e ainda tem um rapaz,um novato que nao entendeu que aque nao teve ditadura,como teve ditadura se o presidente na epoca foi ao FMI pegar dinheiro para construçao da ponte RIO E NITEROI,ITAIPU boa noite NGS

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