domingo, 28 de junho de 2015

Cerca de cinco mil rodoviários de Niterói e São Gonçalo sofrem de depressão

Trânsito caótico e violência são os principais responsáveis pelo aumento dos casos de depressão entre os motoristas de ônibus  -  Foto: Vagner Rosa

De acordo com o Sindicato dos Rodoviários de Niterói a Arraial do Cabo (SINTRONAC), cerca de cinco mil motoristas de Niterói e São Gonçalo (30% dos 17 mil trabalhadores nas empresas de ônibus na região) estão afastados do trabalho por motivos de saúde. Deste total, 90% têm depressão causada pelo estresse no trânsito ou pela violência, que não se resume aos assaltos a coletivos.

Segundo a psicóloga Maria Rosa Plubins dos Passos, que atende na clínica do sindicato, em Alcântara, a depressão é uma doença grave que exige tratamento. E que o problema se agrava quando se trata de motoristas de ônibus:

“Num quadro de estresse extremo, o motorista pode se tornar agressivo e perder o controle, o domínio das coisas, inclusive do volante, provocando acidentes. A carga horária de até 12 horas por dia limita seus momentos de lazer com a família, são altos os índices de obesidade e de separações traumáticas. Também preocupa a redução da faixa dos rodoviários em tratamento. Atendi, há poucos dias, um motorista com apenas 29 anos de idade”, alerta a psicóloga.

João Gustavo Pereira, diretor executivo do sindicato, informa que as clinicas da base territorial do sindicato, que atua de Niterói a Cabo Frio, atenderam cerca de 60 mil rodoviários no ano passado, mas o que mais preocupa é a saúde mental da categoria:

“Um rodoviário estressado é uma bomba ambulante. Infelizmente, além dos problemas nas ruas, o motorista é a válvula de escape da sociedade. Estamos sugerindo uma mesa-redonda, com sindicato, as empresas e a Previdência Social, para discutir o assunto”,  disse Pereira.

Leia mais sobre o assunto aqui.

3 comentários:

  1. Esse começo da Rua Dr. Alfredo Backer é uma tristeza. Transito horrível, principalmente em horário de pico.

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  2. Infelizmente, essa classe sofre muito.. São mesmo as válvulas de escape da sociedade, pra não falar outra coisa.. Pessoas mal educadas, estressadas, assaltos, brigas de transito, tudo isso cai em cima dessa categoria tão sofrida e também muito desunida.
    Houve uma época em que o salário base do motorista eram 5 salários mínimos e do cobrador 3... Vamos ver como estão hoje!! Sem falar que a vanguarda dessa categoria foi embora, hoje a grande maioria são profissionais novos de classe com carteiras recentes.. Já pertenci a esse sindicato, mesmo eu sendo eletricista dos ônibus, eu vi de perto os perrengues que esses caras passavam... Fui sindicalizado, vi muitas greves, mas infelizmente é muita desunião... Não aconselho esse tipo de trabalho pra ninguém.

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  3. Esse tema é urgente. E boa parte dos problemas são provocados pela cobrança por parte das empresas, realmente. E no verão, além de todo o estresse com trânsito, violência e a jornada de trabalho extensa, há ainda o extremo calor de até 50ºC junto ao motor dos ônibus sem ar condicionado, que prejudica ainda mais a qualidade de vida desses profissionais.

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