O jornal O Dia publicou neste domingo (25) uma matéria em que algumas lideranças evangélicas criticam a forma como o deputado Eduardo Cunha (PMDB) mistura política e religião. A revelação de que o presidente da Câmara tem uma frota de carros de luxo em nome de Jesus.com, uma de suas empresas, indignou os religiosos. Cunha tem mais de 200 endereços na internet utilizando o nome de Jesus.
Confira abaixo um trecho da matéria:
Este
tipo de comportamento tem indignado aqueles que seguem, de fato, os
ensinamentos da Bíblia. O pastor presbiteriano Edson Fernandes, mestre e doutor
em Teologia pela PUC, é um dos que ficam perplexos ao ler as peripécias do
deputado que, no Parlamento, prega contra a corrupção e fala em nome de Deus,
mas ao descer da tribuna pratica tudo o que condena.
“Esse negócio de ter o domínio de Jesus na internet é muito simbólico. É uma
heresia. Quem tem domínio de Jesus ou da fé? Esta lógica do poder e de riqueza
é o contrário de tudo o que Cristo pregava. Mas Cunha não é o único. São vários
como ele. É preciso fazermos uma reflexão profunda sobre isso”, disse Edson
Fernandes.
O pastor luterano Mozart Noronha, conhecido por ter feito o funeral de
políticos tão distintos e distantes como o ditador Ernesto Geisel e o
ex-governador Leonel Brizola, também é crítico da postura de Eduardo Cunha.
“Estas igrejas neopentecostais são frequentadas por gente decente, humilde,
mas ingênuas. São dominadas por lideranças contrárias ao Evangelho. Igrejas que
viraram currais eleitorais e foram acopladas por partidos inescrupulosos. Isto
nunca foi cristianismo. Este é o mundo do Eduardo Cunha”, diz Mozart.
Também mestre em Teologia pela PUC e professor de Filosofia na Universidade
Cândido Mendes, ele se constrange ao ver tanta gente oposta ao cristianismo em
eventos como a Marcha para Jesus, que, segundo ele, deturpam por completo o que
diz a Bíblia.
“São pessoas nocivas à vida pública. Moralistas na igreja e corruptos na
prática cotidiana. Essa gente serve apenas ao poder. Quando vivemos sob
ditadura, foi com o apoio deles. Cristo morreu ao fazer a opção por denunciar
os corruptos que estavam no poder, em seu tempo. É o oposto do que fazem”,
explicou.
Segundo os pastores, Eduardo Cunha seria denunciado por Jesus Cristo se este
vivesse entre nós. “Cristo viveu para fazer o bem e denunciava hipocrisia.
Obviamente faria isso com Cunha”, disse Mozart.
Leia a matéria na íntegra aqui.
Depois da mistura escandalosa entre política e religião promovida por Cunha,
resta saber agora como se comportarão os candidatos/políticos evangélicos nas próximas eleições... será que continuarão abusando do nome de Jesus?
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