Do Estadão:
A crise que se instalou no BTG Pactual, desde a prisão do fundador André
Esteves em novembro do ano passado, acabou de ganhar mais um capítulo. A
varejista Leader, controlada pelo banco, teve sua falência pedida na semana
passada pela família Furlan, fundadora da rede de lojas Seller – que foi
comprada pela Leader em 2013. O pedido judicial de falência foi confirmado pelo
banco em um comunicado ao mercado na noite de sexta-feira.
Um atraso no pagamento de uma parcela referente à venda da varejista do
interior de São Paulo foi o que motivou o pedido de falência. Em nota, a Leader
afirmou que “já discutia valores pleiteados pelos vendedores da Seller (...),
em virtude, dentre outros motivos, de inconformidades patrimoniais e contábeis
da Seller verificadas quando da conclusão da referida alienação”.
Segundo o banco, embora a varejista ainda não tenha sido notificada, a
empresa já está estudando as medidas que serão adotadas.
Especializada na venda de produtos de cama, mesa e banho, a Seller tem mais
de 50 lojas espalhadas por cidades dos Estados de São Paulo, Minas Gerais e
Mato Grosso do Sul. As dificuldades para integrar essa aquisição à estrutura da
Leader obrigou a empresa a iniciar no ano passado um amplo processo de
reestruturação.
Adquirida em 2012 pelo BTG Pactual (o banco tem 70% de participação e a
família Gouvêa, fundadora da rede, os outros 30%), a Leader era considerada a
aposta do banco para dar início a um movimento de consolidação no setor
varejista, de olho no crescimento da classe C. Um ano depois, o BTG comprou a
rede Seller.
Mas o que parecia ser um projeto vencedor, calcado no potencial na classe
média emergente, não deslanchou. Em outubro de 2015, o BTG Pactual contratou a
consultoria do executivo Enéas Pestana, ex-Grupo Pão de Açúcar (GPA), para dar
suporte a algumas das empresas adquiridas por seus fundos de private equity,
entre elas, a Leader.
Os desafios não eram pequenos, já que as duas empresas têm propostas
distintas. A Leader tem cerca de 60% da receita vinda de vestuário e o restante
vem de cama, mesa e banho e utilidades domésticas. Já, na Seller, é o
contrário: o vestuário é só 40% do faturamento. No ramo de moda, a Seller só
fazia compras de oportunidade na indústria, não tinha coleções próprias e
sequer um centro de distribuição. Um dos passos no processo de integração seria
a unificação das marcas, com a conversão das lojas Seller em Leader.
Petrobras tá quase lá, também...
ResponderExcluirE muitas lojas na cidade estão fechando as portas, no centro até o Bobs em frente a prefeitura fechou... a crise tá séria!
Lamentável esse retrato da atual conjuntura econômica.
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