São Gonçalo corre risco de racionamento de água

Captação de água do rio que abastece São Gonçalo está aquém da demanda - Foto: Custódio Coimbra / O Globo 

Não são só os paulistanos, os gonçalenses também correm risco de ver suas torneiras secarem. De acordo com uma matéria de O Globo, publicada hoje (01/02), a falta de chuvas baixou o nível do Rio Guapi-Macacu, de onde o sistema Imunana-Laranjal capta água para abastecer as cidades de Niterói, São Gonçalo e algumas áreas da Ilha de Paquetá e de Itaboraí.

Se não chover bastante nos próximos dias, a situação tende a se agravar. Segundo o Chefe de Área de Proteção Ambiental (APA) de Guapimirim, Mauricio Muniz, o sistema não tem barragens, ou seja, depende exclusivamente do nível dos rios. “O sistema já está em sua capacidade máxima e não tem condições de atender à demanda crescente por água na região, em especial com o crescimento populacional de Itaboraí”, alerta Muniz.

Segundo a Cedae, a vazão média do sistema é de 6,5 mil litros por segundo, para abastecer 1,6 milhões de pessoas. Para Marilene Ramos, professora de gestão ambiental da Fundação Getúlio Vargas e ex-secretária estadual do Ambiente, a captação – que deve ser de até 50% da vazão de tempo seco – não é suficiente para atender toda a população:

“Se as vazões continuarem diminuindo, há o risco de racionamento. Já existe uma dificuldade muito grande de abastecimento em vários pontos de São Gonçalo. Para conseguir atender plenamente a região, seria necessária a vazão de nove mil litros por segundo, mas não há capacidade para isso”, afirma.

Para o secretário estadual do Ambiente, André Corrêa, a situação não é preocupante:

“A região, neste momento, não corre risco de racionamento. A vazão captada pelo sistema Imunana-Laranjal está dentro dos padrões para este período”, tranquiliza.

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Tomara mesmo que a situação do sistema Imunana-Laranjal esteja dentro da normalidade. Mas, se há um alerta, penso que o governo fluminense deveria agir com transparência e responsabilidade para com a população. A crise hídrica em São Paulo poderia ter sido atenuada se tivesse havido mais transparência por parte do governo estadual sobre a realidade da seca. Ficar sempre dependendo da vontade de São Pedro não é uma atitude inteligente que se espera de um governante!