Após reconhecer perdas de R$ 6,2 bilhões por corrupção no balanço da Petrobras, Aldenir Bendine afirma que já trabalha em um "plano B" para tocar os projetos da estatal - Foto: Fabio Rossi / O Globo |
Em entrevista ao jornal O Globo, deste domingo (26/04), o presidente
da Petrobras Aldemir Bendine reconhece que crise nos fornecedores envolvidos na
Lava-Jato pode afetar investimentos, como por exemplo, atrasar a conclusão da obra do
Comperj.
Confira abaixo as perguntas relacionadas ao Complexo Petroquímico
do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí:
Que projetos podem atrasar?
Em exploração,
não estou preocupado. Vamos dar um exemplo do que é muito caro ao Rio: a
situação do Comperj (Complexo Petroquímico, em Itaboraí, no Rio). Hoje, o
primeiro trem (unidade) da refinaria tem 86% conclusos. Vamos terminar aquilo.
Não tenha dúvida. Não vou deixar um projeto daquele, com um investimento tão
alto, jogado. Agora, dependo de duas coisas: ajustar a minha condição de caixa
— em breve vamos nos pronunciar sobre isso — e que eu tenha fornecedores. Vamos
ter de fazer uma repactuação. Temos uma série de empresas e consórcios. Algumas
podem não ter interesse em permanecer, outras estão em dificuldades
financeiras. Vamos ter de sentar à mesa e ver quem tem condições de continuar.
O
Comperj só será concluído em 2019? (A previsão anterior era 2016.)
Esse é o pior dos
prazos. O melhor dos prazos é fazer uma engenharia financeira que permita ter
recurso suficiente para concluir a obra. Não tem quando.
Existe
a possibilidade de a Petrobras recuperar os R$ 6,2 bilhões de perdas por
corrupção?
Sim. Quem sabe
mais, né? Isso vai depender do acordo.
A
corrupção foi estancada?
A corrupção
existe na empresa pública, na sociedade de economia mista ou na empresa
privada. A questão de corrupção é uma questão de caráter. O que você pode fazer
é criar mecanismos de controle e mitigar o risco. Sujeita à corrupção, qualquer
empresa do mundo está. Agora, conhecendo o caráter e a honradez e pelo que
passou essa empresa, não tenho dúvida de que a possibilidade de isso voltar a
acontecer é mínima. Corrupção é um câncer que compromete muito a companhia.
Acabou esse negócio de operação (Lava-Jato). Mas temos que ser tratados como
companhia. Tem que acabar com essa ansiedade em relação à Petrobras.
Leia a entrevista na íntegra aqui.
"Algumas podem não ter interesse em permanecer" Acredito que muitas não terão esse interesse, devido ao fato de que os ganhos serão bem menores, e a poeira ainda está no ar. Essa obra (no meu ponto de vista) vai se arrastar agora em marcha lenta por anos!!
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