domingo, 26 de abril de 2015

Presidente da Petrobras admite que não há prazo para concluir obra do Comperj

Após reconhecer perdas de R$ 6,2 bilhões por corrupção no balanço da Petrobras, Aldenir Bendine afirma que já trabalha em um "plano B" para tocar os projetos da estatal - Foto: Fabio Rossi / O Globo 

Em entrevista ao jornal O Globo, deste domingo (26/04), o presidente da Petrobras Aldemir Bendine reconhece que crise nos fornecedores envolvidos na Lava-Jato pode afetar investimentos, como por exemplo, atrasar a conclusão da obra do Comperj.

Confira abaixo as perguntas relacionadas ao Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí:

Que projetos podem atrasar?

Em exploração, não estou preocupado. Vamos dar um exemplo do que é muito caro ao Rio: a situação do Comperj (Complexo Petroquímico, em Itaboraí, no Rio). Hoje, o primeiro trem (unidade) da refinaria tem 86% conclusos. Vamos terminar aquilo. Não tenha dúvida. Não vou deixar um projeto daquele, com um investimento tão alto, jogado. Agora, dependo de duas coisas: ajustar a minha condição de caixa — em breve vamos nos pronunciar sobre isso — e que eu tenha fornecedores. Vamos ter de fazer uma repactuação. Temos uma série de empresas e consórcios. Algumas podem não ter interesse em permanecer, outras estão em dificuldades financeiras. Vamos ter de sentar à mesa e ver quem tem condições de continuar.

O Comperj só será concluído em 2019? (A previsão anterior era 2016.)

Esse é o pior dos prazos. O melhor dos prazos é fazer uma engenharia financeira que permita ter recurso suficiente para concluir a obra. Não tem quando.

Existe a possibilidade de a Petrobras recuperar os R$ 6,2 bilhões de perdas por corrupção?

Sim. Quem sabe mais, né? Isso vai depender do acordo.

A corrupção foi estancada?

A corrupção existe na empresa pública, na sociedade de economia mista ou na empresa privada. A questão de corrupção é uma questão de caráter. O que você pode fazer é criar mecanismos de controle e mitigar o risco. Sujeita à corrupção, qualquer empresa do mundo está. Agora, conhecendo o caráter e a honradez e pelo que passou essa empresa, não tenho dúvida de que a possibilidade de isso voltar a acontecer é mínima. Corrupção é um câncer que compromete muito a companhia. Acabou esse negócio de operação (Lava-Jato). Mas temos que ser tratados como companhia. Tem que acabar com essa ansiedade em relação à Petrobras.

Leia a entrevista na íntegra aqui.

Um comentário:

  1. "Algumas podem não ter interesse em permanecer" Acredito que muitas não terão esse interesse, devido ao fato de que os ganhos serão bem menores, e a poeira ainda está no ar. Essa obra (no meu ponto de vista) vai se arrastar agora em marcha lenta por anos!!

    ResponderExcluir